quarta-feira, 9 de abril de 2014

Panorama da Gestão do Conhecimento

Antes de falar do surgimento da Gestão do Conhecimento primeiramente faz-se necessário compreender os conceitos de Dados, Informação e Conhecimento, para finalmente entender o que realmente é Gestão do Conhecimento.

O conceito de Gestão do Conhecimento surgiu no início da década de 90 e, segundo (SVEIBY 1998, p. 3), “a Gestão do Conhecimento não é mais uma moda de eficiência operacional. Faz parte da estratégia empresarial”.

Para compreender Gestão do Conhecimento, deve-se iniciar descrevendo os conceitos de dado, informação, conhecimento, chegando por fim, ao processo de Gestão do Conhecimento.
Inicialmente é necessário apresentar algumas distinções entre estes conceitos na tabela abaixo:

Dados
Informação
Conhecimento
Observações acerca do estado do mundo.
Dados dotados de relevância e propósito.
Informação valiosa da mente humana.
Inclui reflexão, síntese e contexto.
Facilmente estruturado.
Facilmente obtido por máquinas.
Frequentemente quantificado.
Facilmente transferível.
Requer Unidade de análise.
Exige consenso em relação ao significado.
Exige necessariamente a mensuração humana.
De difícil estruturação.
De difícil captura em máquinas.
Frequentemente tácito.
De difícil transferência.
Tabela 1: Dados, Informação e Conhecimento. Fonte: Davenport, 2000

Dado pode ter significados distintos, dependendo do contexto no qual a palavra é utilizada. Para uma organização, dado é o registro estruturado de transações. Genericamente, pode ser definido como um “conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos” (DAVENPORT & PRUSAK, 1998, p. 2).

Informação é uma mensagem com dados que fazem diferença, podendo ser audível ou visível, e onde existe um emitente e um receptor. É o insumo mais importante da produção humana. “São dados interpretados, dotados de relevância e propósito” (DRUCKER, 1999, p.32). É um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar conhecimento. É um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento. Afeta o conhecimento acrescentando-lhe algo ou reestruturando-o (MACHLUP, 1983).

O conhecimento deriva da informação assim como esta, dos dados. O conhecimento não é puro nem simples, mas é uma mistura de elementos; é fluido e formalmente estruturado; é intuitivo e, portanto, difícil de ser colocado em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Ele existe dentro das pessoas e por isso é complexo e imprevisível. Segundo (DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 6), “o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à medida que interage com o meio ambiente”. Os valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam, em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir das suas observações. (NONAKA e TAKEUSHI, 1997, p. 63) observam que “o conhecimento, diferentemente da informação, refere-se a crenças e compromisso“.

Figura 1 Relacionamento entre os Conceitos de Dados, Informação, Conhecimento e Gestão do Conhecimento Fonte: Elaborado pelo autor.

Há pouco mais de 15 anos, somente empresas globais de consultoria possuíam processos estruturados e pessoal dedicado à gestão de conhecimento. Ao longo dos anos esta realidade vem mudando de forma significativa. Neste período, um grande número de empresas, geralmente as mais inovadoras ou líderes nos seus segmentos, passou a identificar o conhecimento como peça importante para a tomada de decisões consistentes e fator indispensável para a competitividade. No Brasil casos expressivos começaram a surgir em um passado relativamente recente. Os exemplos mais destacados e que sobressaíram surgiram nos últimos dez anos.

Alguns setores se destacam no avanço e valorização da gestão do conhecimento, tais como Professional services (consultoria, agências de publicidade, serviços de TI, grandes escritórios de advocacia, fábricas de software, etc.) e empresas de alta tecnologia (refinamento de petróleo, produção de semicondutores, farmacêuticas), uma vez que empresas deste tipo têm a sua base fundamentada no conhecimento.

Porém; a gestão do conhecimento, suas práticas e modelos não são exclusividade de empresas como as citadas anteriormente, cada vez mais outras empresas utilizam estas práticas para alavancar os processos de negócio.

É bem verdade que quando o assunto Gestão do Conhecimento começou a ser discutido havia pouquíssimos interlocutores no meio acadêmico e menos ainda no âmbito empresarial, porém este cenário mudou muito. Ao longo dos anos o assunto proliferou bastante por todos os cantos do Brasil. Há um número significativo de empresas com iniciativas rotuladas como Gestão do Conhecimento. Atualmente há milhares de pessoas discutindo, aplicando e divulgando a Gestão do Conhecimento.

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