Antes de
falar do surgimento da Gestão do Conhecimento primeiramente faz-se necessário
compreender os conceitos de Dados, Informação e Conhecimento, para finalmente entender
o que realmente é Gestão do Conhecimento.
O conceito
de Gestão do Conhecimento surgiu no início da década de 90 e, segundo (SVEIBY 1998,
p. 3), “a Gestão do Conhecimento não é mais uma moda de eficiência operacional.
Faz parte da estratégia empresarial”.
Para
compreender Gestão do Conhecimento, deve-se iniciar descrevendo os conceitos de
dado, informação, conhecimento, chegando por fim, ao processo de Gestão do
Conhecimento.
Inicialmente é necessário apresentar
algumas distinções entre estes conceitos na tabela abaixo:
Dados
|
Informação
|
Conhecimento
|
Observações acerca do estado do
mundo.
|
Dados dotados de relevância e
propósito.
|
Informação valiosa da mente humana.
Inclui reflexão, síntese e contexto.
|
Facilmente estruturado.
Facilmente obtido por máquinas.
Frequentemente quantificado.
Facilmente transferível.
|
Requer Unidade de análise.
Exige consenso em relação ao
significado.
Exige necessariamente a mensuração
humana.
|
De difícil estruturação.
De difícil captura em máquinas.
Frequentemente tácito.
De difícil
transferência.
|
Tabela 1:
Dados, Informação e Conhecimento. Fonte: Davenport, 2000
Dado pode
ter significados distintos, dependendo do contexto no qual a palavra é
utilizada. Para uma organização, dado é o registro estruturado de transações.
Genericamente, pode ser definido como um “conjunto de fatos distintos e
objetivos, relativos a eventos” (DAVENPORT & PRUSAK, 1998, p. 2).
Informação
é uma mensagem com dados que fazem diferença, podendo ser audível ou visível, e
onde existe um emitente e um receptor. É o insumo mais importante da produção
humana. “São dados interpretados, dotados de relevância e propósito” (DRUCKER, 1999,
p.32). É um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar conhecimento. É um
meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento. Afeta o
conhecimento acrescentando-lhe algo ou reestruturando-o (MACHLUP, 1983).
O
conhecimento deriva da informação assim como esta, dos dados. O conhecimento
não é puro nem simples, mas é uma mistura de elementos; é fluido e formalmente
estruturado; é intuitivo e, portanto, difícil de ser colocado em palavras ou de
ser plenamente entendido em termos lógicos. Ele existe dentro das pessoas e por
isso é complexo e imprevisível. Segundo (DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 6), “o
conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo, que cresce e se modifica à
medida que interage com o meio ambiente”. Os valores e as crenças integram o
conhecimento, pois determinam, em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve
e conclui a partir das suas observações. (NONAKA e TAKEUSHI, 1997, p. 63)
observam que “o conhecimento, diferentemente da informação, refere-se a crenças
e compromisso“.
Figura 1 Relacionamento entre os Conceitos de
Dados, Informação, Conhecimento e Gestão do Conhecimento Fonte: Elaborado pelo
autor.
Há pouco
mais de 15 anos, somente empresas globais de consultoria possuíam processos
estruturados e pessoal dedicado à gestão de conhecimento. Ao longo dos anos
esta realidade vem mudando de forma significativa. Neste período, um grande
número de empresas, geralmente as mais inovadoras ou líderes nos seus
segmentos, passou a identificar o conhecimento como peça importante para a
tomada de decisões consistentes e fator indispensável para a competitividade.
No Brasil casos expressivos começaram a surgir em um passado relativamente
recente. Os exemplos mais destacados e que sobressaíram surgiram nos últimos
dez anos.
Alguns
setores se destacam no avanço e valorização da gestão do conhecimento, tais
como Professional services
(consultoria, agências de publicidade, serviços de TI, grandes escritórios de
advocacia, fábricas de software, etc.) e empresas de alta tecnologia (refinamento
de petróleo, produção de semicondutores, farmacêuticas), uma vez que empresas
deste tipo têm a sua base fundamentada no conhecimento.
Porém; a
gestão do conhecimento, suas práticas e modelos não são exclusividade de
empresas como as citadas anteriormente, cada vez mais outras empresas utilizam
estas práticas para alavancar os processos de negócio.
É bem
verdade que quando o assunto Gestão do Conhecimento começou a ser discutido
havia pouquíssimos interlocutores no meio acadêmico e menos ainda no âmbito
empresarial, porém este cenário mudou muito. Ao longo dos anos o assunto
proliferou bastante por todos os cantos do Brasil. Há um número significativo
de empresas com iniciativas rotuladas como Gestão do Conhecimento. Atualmente
há milhares de pessoas discutindo, aplicando e divulgando a Gestão do
Conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário